domingo, 31 de julho de 2011

Look closer...

As fases da vida não acompanham a cronologia. Posso dizer agora com convicção que estou no auge da adolescência, a cada dia penso que me encontro com profundo medo antecipado de me destruir no seguinte minuto, e é isso o que vem acontecendo. Filmes como “American Beauty” me fazem respirar um pouco, rápidas respirações de meios pulmões preenchidos.

Domingo, Sol, pânico de domingo e sol, me deixo aberto nesse último dia de férias antes da tão esperada rotina que me deixa longe de meu lírico para ir de encontro com referências exteriores que possam vir me preencher do vazio. Vazio pessoal, espiritual etc. Tudo não passa de uma fuga para o encontro. Enfim, domingo e derivados com a abertura para o vazio me faz sentir vontade de rever o tal filme. Já o havia visto há uns três anos, esse que já estava manjado pelos super cine globais, o também filme ganhador de diversos Oscar do ano 2000, o, novamente, também (talvez) mais brilhante filme que já vi. Sutil, ácido, aberto a interpretações, arte pura que te deixa a degustar, desgustar e reticências por anos e que suas reflexões nunca passam. É um filme que deve entrar numa rotina para cada indivíduo, para ser revisto a cada, no mínimo, seis meses (ciclos).

Personagens cotidianos e aprofundados que se cruzam, diferentes personalidades que se chocam e muita vida pulsante bem costurada com leveza e poesia.

Um personagem em especial me re-chamou atenção: Ricky Fitts, interpretado pelo ator Wes Bentley (geralmente cotado para interpretar psicopatas, penso que pela sua forte imagem em silêncios dramáticos no video). Gostaria de aprender a viver como Ricky Fitts, de entender da onde sai sua base essencial que sustenta tanta leveza sem deixá-lo sucumbir. No filme, Ricky é um jovem de dezoito anos que observa o mundo com olhos maduros de sensibilidade, apesar da dor que envolve sua fugacidade humana, ele consegue ter auto-estima e confiança, ele conseguiu seu eixo e com esse explora realidades de infinitas dimensões sensíveis. Dentro do filme, onde todos os outros personagens têm válvulas de escape para respirarem no grande mar, ele consegue reconhecer tudo com normalidade que dispensa arrogância. Acho que estou apaixonado por ele com seus grandes olhos que dissecam tudo com entendimento e paciência, olhos que não julgam, que vêem beleza, mas tanta beleza que ele reconhece poder sumcumbir com a dimensão bela do mundo.

‘American Beauty’ fala da vida, é um filme que, apesar de você conseguir fechar gestalts sobre seu roteiro, desafio alguém conseguir definir com exatidão sua dimensão sensível. Generalizá-lo é banalizar a arte, logo, a vida.




Nenhum comentário:

Postar um comentário