quinta-feira, 9 de junho de 2011

Meu refúgio em 'Orlando', de Mrs. Woolf.

"Depois, subitamente Orlando caía numa das suas expressões melancólicas; o espetáculo da velhinha coxeando pelo gêlo podia ser a causa disso, ou não haver causa nenhuma; atirava-se de rosto para baixo no gêlo, e ficava olhando para dentro das águas geladas e pensando na morte. Pois tem razão o filósofo ao dizer que entre a felicidade e a melancolia não medeia espessura maior que a de uma lâmina de faca; e prossegue opinando serem irmãs gêmeas; e daí conclui que todos os extremos de sentimentos são aparentados com a loucura, e convida-nos a buscar refúgio na verdadeira Igreja (a seu ver a Anabastista), único pôrto, baía, ancoradouro, etc., dizia, para os que se agitam nesse mar." p. 217 de Orlando, Virginia Woolf. Edição Abril 1972.

Comparo esse trecho de Orlando ao azulejo quanto a visão de vida-morte, o que justifica transições tão bruscamente opostas na interpretação, e a ideia de que 'a salvação' para toda essa 'angústia oposta' está na fé/igreja.

Lindo Orlando. Linda Virginia. Me deito nas relvas descritas como refúgio pra tanta fumaça que rasga.

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